Uma das formas de legitimação e divulgação do conhecimento técnico-científico que os engenheiros se apoiavam para resolver questões ligadas à realidade brasileira foi a publicação de seus estudos em revistas especializadas. Em tais fóruns, importantes profissionais se propuseram a não somente expor suas teorias, mas também incorporaram em seus textos os princípios que nortearam sobremaneira seus projetos. Nesse contexto, o trabalho objetiva entender a participação do engenheiro Henrique de Novaes como interlocutor e promotor de ideias e práticas sobre a cidade brasileira nas décadas de 1930-1940 em suas publicações. Analisa-se sua atuação no Clube de Engenharia, explorando as trocas mútuas de conhecimento que enriqueceram sua trajetória profissional e, ao mesmo tempo, consolidaram o Clube (e mais especificamente a Revista editada pela entidade) como um lócus estratégico de discussão e debate acerca da cidade, da região e do território no Brasil à época. Na pesquisa histórica documental utilizaram-se, como fontes primárias, principalmente, artigos publicados na Revista do Clube de Engenharia. Para tanto, parte-se do pressuposto de que o discurso é uma construção em busca da afirmação do pensamento de um determinado grupo, legitimando-o e assegurando relevante papel na sociedade. Percebe-se que o discurso não se encontra desvinculado da prática e dos interesses daqueles que o elaboravam. Assim fez Novaes ao imprimir sua visão de mundo em seus textos e em sua prática, introduzindo novas representações e linguagens que conduziam a buscar, mesmo indiretamente, a construção de novas cidades para um novo Brasil. Palavras-Chave: Saber politécnico, Circulação de ideias, Trajetória profissional, Análise do discurso.
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