O estado norte-rio-grandense apresenta uma tessitura urbana de baixa dinamicidade econômica e
produtiva, apresentando diversos municípios dependentes de repasses de recursos federais e estaduais.
A constituição destas municipalidades está ligada ao processo histórico de formação e produção do
território estadual, que pode ser explicada por fenômenos de incidência local, entre eles as "obras
contras às secas". Nesse sentido, pretende-se analisar a participação da intervenção técnica estatal, por
meio das inspetorias de Obras Contra as Secas IOCS e, a posteriori, da IFOCS, no processo de
fragmentação do território no Rio Grande do Norte, enfatizando os casos de Baixa Verde/RN e
Cruzeta/RN. Para tanto, orientados pelo conceito de construção do espaço/território, realizou-se a
revisão bibliográfica de autores que versam sobre a temática. Tais contribuições fundamentaram a
análise dos dados empíricos coletados nos relatórios oficiais além de contribuírem em sua associação
com as historiografias locais. três mapas de divisão político-administrativa do RN (1920, 1933, 1940)
foram utilizados para reconstrução do processo de fracionamento territorial. Na trilha destas
edificações de combate às secas, os açudes e ferrovias instalados produziram a ocupação mais
acentuada de porções do estado contempladas pela ação das Inspetorias. A consequência deste
crescimento é a emancipação político-administrativa de determinados povoados, entre eles Baixa Verde, em 1928, na qualidade de município, e Cruzeta, em 1938, para a condição de Distrito,
fragmentando, desse modo, o tecido territorial do Rio Grande do Norte.
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