RODRIGUES, Wagner; ALMEIDA, Caliane Christie Oliveira de. O Outro Lado da Seca: o projeto de modernização da elite norte-riograndense e os empreendimentos federais ferroviários e portuários em épocas de secas (1893-1928). In: II Encontro Nacional Sobre Patrimônio Industrial, 2009, São Paulo. Anais do II Encontro Nacional Sobre Patrimônio Industrial: da industrialização à desendustrialização. São Paulo, 2009.

Coordenação: Wagner do Nascimento Rodrigues; Caliane Christie Oliveira de Almeida
Período: 2009
Resumo:

O quadro das secas ocorridas no Nordeste é basicamente o mesmo durante a primeira metade do século XX, sendo marcado pela perda de lavouras e rebanhos, fluxos migratórios em direção às capitais e tentativas dos governantes de solucionar esses problemas. Concomitante vislumbram-se ações que traduziam interesses políticos e econômicos. Em Natal a situação não foi diferente. No início do século XX, a cidade foi assolada por uma grande seca que atraiu uma considerável leva de migrantes. Nesse momento, evidenciava-se entre as administrações públicas e a elite local um intento comum; o de modernizar a capital, sua infra-estrutura e serviços, bem como embelezá-la para transformá-la em um ?cartão postal? conhecido internacionalmente. As obras realizadas no Porto e para a construção da Estrada de Ferro Central do RN e seu Parque Ferroviário, se enquadravam nesse contexto e estavam em concordância com o interesse republicano de investir vultosas verbas nas cidades portuárias: verdadeiras vitrines de uma nação moderna que queria mostrar-se para o mundo. Sendo assim, utilizando-se de fontes primárias, pretende-se entender como a seca e suas conseqüências foram utilizadas em prol do ?projeto de modernização? local e analisar a relação existente entre as intervenções portuárias e ferroviárias realizadas em Natal. O episódio de ocupação da Esplanada Silva Jardim, área situada nas proximidades do Porto e da Estação Ferroviária e tida como a porta de entrada de Natal, se destaca nesse sentido. De propriedade federal, mas alvo de discussões entre a Comissão de Melhoramentos do Porto, a Intendência Municipal, o Governo Estadual e o IFOCS; revelando curiosamente como os poderes locais intervieram em obras federais, consideradas ícones de progresso e modernidade, algo bastante desejado por essas elites no período. Isso vem reforçar que a trajetória das grandes intervenções federais ferroviárias e portuárias nem sempre eram unânimes. Envolvia contradições e interesses de diversos atores. Palavras-Chave: Modernização. Porto. Seca



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