NOBRE, Paulo J. L., PEREIRA, Marizo V., RIBEIRO, Isaías da S. Um Jardim Esquecido na Ribeira do Natal In: Arquimemória 3 - Sobre a Preservação do Patrimônio Edificado, 2008, Salvador. Patrimônio Edificado: Função Social, Integração e Participação ? Anais do Arquimemória 3, 2008.

Coordenação: Paulo José Lisboa Nobre; Marizo Vitor Pereira; Isaías da Silva Ribeiro
Período: 2008
Resumo:

(Trabalho apresentado no Arquimemória 3)

O presente trabalho tem como objetivo discutir alguns aspectos do processo de revitalização em curso no bairro da Ribeira, localizado na cidade do Natal, a partir do estudo do projeto de requalificação executado na Praça Augusto Severo ? primeiro espaço livre público urbano tratado para o lazer da população na capital potiguar. Recentemente, passado um século da sua inauguração, este espaço foi objeto de uma intervenção que tentou resgatar sua configuração original recompondo a superfície anteriormente ocupada pela praça, embora sem a preocupação de retomar as características arquitetônicas, paisagísticas e históricas do jardim. A revitalização do bairro da Ribeira remonta aos anos 1990 e atualmente se integra a um projeto mais abrangente que tem priorizado a organização da circulação e do tráfego em importantes trechos da cidade. O redesenho de determinados corredores viários e espaços livres do Centro Histórico, está adequando esse setor urbano ? que vinha experimentando um processo de abandono e degradação ? ao intenso fluxo de automóveis incrementado pela nova ponte construída sobre o Rio Potengi e destinada principalmente a facilitar o acesso ao litoral norte do Estado, de grande interesse turístico. O trabalho inicia com uma breve discussão acerca dos Jardins Históricos e da Paisagem enquanto Patrimônio Cultural na cidade contemporânea, tendo em vista que a praça em estudo se constitui num espaço carregado de significados; ícone em torno do qual gravita a construção imagética da Ribeira do passado, e que, portanto, ocupa lugar de honra na historiografia local. A seguir, a trajetória do lugar é descrita em três etapas que procuram relacionar Ecletismo, Modernismo e contemporaneidade, investigando estes momentos característicos da arquitetura brasileira a partir do resgate das sucessivas alterações morfológicas ocorridas na praça e no seu entorno imediato. Finalmente, são apontadas algumas contradições no contexto da revitalização em curso no bairro, bem como as possibilidades e expectativas para o futuro deste espaço livre público que, ao longo do tempo, teve as suas ambiências alteradas e experimentou a destruição de seus monumentos carregados de lembranças históricas, num processo perverso em que este patrimônio cultural natalense quase foi relegado ao total esquecimento. Palavras-Chave: Jardins Históricos, Paisagem e Patrimônio Cultural.



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