(Trabalho apresentado no X SHCU - Seminário de História da Cidade e do Urbanismo)
No Brasil, entre fins do século XIX e início do XX, a Primeira República assistiu os engenheiros politécnicos assumirem um importante papel dentro da discussão da constituição de um país moderno. A problemática das secas no Nordeste brasileiro proporcionou a atuação desses profissionais, dentro de um processo intervencionista de maior monta, na concepção de planos e medidas propositivas para a integração do território afligido. No Rio Grande do Norte, a vinda das comissões técnicas da Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS), acarretou, em linhas gerais, em ações como a construção de estradas de ferro, rodovias, açudes e barragens. Essas obras permitiram um maior controle e organização do território, ao favoreceram a formação de uma rede urbana, interligando as principais localidades do estado, e, consequentemente, a circulação das produções locais e a dinamização de suas economias. Além disso, tais inovações, aos poucos, garantiram a hegemonia política e econômica da capital Natal. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é apontar elementos para a compreensão do papel articulador dos sistemas de intervenção na consolidação do ?território das secas? no Rio Grande do Norte, bem como, entender a posição das suas principais cidades nesse processo, com destaque para a atuação de Natal.
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