FERREIRA, Angela L. . MEDEIROS, Luiza M. . SIMONINI, Yuri. Serviços modernos para a cidade moderna: a arquitetura e o urbanismo no Brasil na mira da AMFORP (1952-1963). In: XV Seminário de História da Cidade e do Urbanismo (SHCU), 2018, Rio de Janeiro, RJ. p. 1-18. Anais do XV Seminário de História da Cidade e do Urbanismo, Rio de Janeiro: ANPUR, 2018.

Período: 2018
Resumo:

O contexto de rápido crescimento demográfico e industrial das cidades brasileiras, na década de 1950, colocava a produção do setor energético em xeque. As empresas estrangeiras ligadas ao setor buscaram se modernizar para atender às novas demandas urbanas. A American and Foreign Power Company (AMFORP), uma dessas companhias - em atuação no país desde 1927, atingindo ampla cobertura territorial anos depois - adotou diversas medidas para angariar recursos e permitir o pleno funcionamento de seus serviços. Entre elas, chama a atenção a de garantir aos investidores a rentabilidade do empreendimento, divulgando as inovações do espaço construído, tanto no meio urbano quanto na arquitetura, dos locais onde operava, arrogando-se uma protagonista desse processo. O objetivo deste trabalho é apontar os elementos constituintes da estratégia da AMFORP na criação de uma imagem de sociedade urbana contemporânea, visando conquistar seus acionistas e assegurar o retorno de seus investimentos. Com base nas publicações da empresa estadunidense e bibliografia sobre o tema, verifica-se que a Companhia utilizou o material iconográfico representativo da urbe não como meras ilustrações, mas como peças publicitárias implícitas em seus documentos, relacionando a oferta de seus serviços à ideia de cidades modernas. Nesse sentido, o panorama dos núcleos em processo de verticalização e da expansão horizontal da massa edificada, assim como as linhas modernas da arquitetura residencial e institucional - pari passu com as tendências internacionais - evidenciavam um padrão de crescimento alinhado com os ideais de progresso social, econômico, técnico e urbanístico americanista, e seu potencial virtualmente ilimitado de consumo de eletricidade.

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